Um dia, estava olhando os posts de um grupo chamado: NZ MADE PRODUCTS. Vi um post de uma artista e fiquei deslumbrada com sua arte. Ao ler o texto, descobri que era uma brasileira e fiquei muito curiosa em conhecer sua história e apresentá-la a você!
De empresária no Brasil à artista na Nova Zelândia, conheça agora a história da gaúcha Noila Souza.
Noila nos conte como você veio para a Nova Zelândia. O que te levou sair do Brasil e há quanto tempo está aqui.
“Estou na Nova Zelândia há 4 anos e 6 meses.
A princípio vim para pra estudar inglês e deixar um pouco a vida de empresária que eu tinha no Brasil.
Tive uma empresa por 9 anos lá e estava cansada da rotina que tinha. Como sou paraquedista escolhi a Nova Zelândia porque uma amiga também paraquedista me indicou. Quando comecei a pesquisar mais sobre o país, me encantei com as fotos que via das belezas naturais daqui então escolhi a Nova Zelândia, por isso é vim fazer um intercâmbio. Acabei me apaixonando e não quis mais voltar para o Brasil. E felizmente os vistos foram acontecendo com não muita dificuldade e entendi que aqui era o lugar que eu queria ficar, acredito muito que tudo tem sua razão de ser (Destino Nova Zelândia).”

Para você quais seriam os maiores desafios de ser um imigrante?
“Chegar em um país sem falar a língua no meu caso e aprender a conviver em uma nova cultura.
O mais difícil ainda é começar do zero, deixar a vida acomodada e rotineira que tinha pra passar um pouco de dificuldades e mesmo assim querer seguir adiante com uma enorme vontade de “voltar pra casa”.
Sempre é difícil “recomeçar” ainda mais sem conhecer ninguém do outro lado do mundo.”
O trabalho de Noila foi incluso na 2ª edição do surf Betty Zine! Criado por mulheres do grupo Ultimate Surf Bettys (no Facebook).
É colorido, cheio de conteúdo de surfe na Nova Zelândia, artistas incríveis e rico em fotografia.
O que você admira aqui e o que te faz falta do Brasil?
“Amo o Brasil porque é onde nasci e me criei, mas a única coisa que sinto falta de lá são minha família e amigos.
Admiro a segurança com que vivemos aqui e suporte que temos em diversas áreas além da liberdade de poder ir e vir sem muito preconceito. Óbvio que ainda temos alguns casos de violência e preconceito mas algo que nem se compara de onde eu cresci, principalmente vindo do Rio Grande do Sul um lugar bem tradicionalista como o meu. Orgulho de ser gaúcha tenho sim como falamos de boca cheia mas isso não quer dizer que, não possa estar aberta a abrir a cabeça e apreciar o “novo”.”
Como você deu início aos trabalhos artísticos, no Brasil ou aqui na Nova Zelândia? Qual seria a sua inspiração?
“Comecei meu trabalho como artista aqui na Nova Zelândia, pra falar a verdade no Brasil nunca pensei em ser artista. Sempre gostei desde criança óbvio de rabiscar e colorir tudo mas nunca tive nenhum incentivo, quando eu era adolescente adorava desenhar vestidos de noivas e sonhava em ser estilista mas nunca me imaginei artista.
Comecei a faculdade de publicidade e propaganda mas não a terminei porque nunca trabalhei com isso.
Tive uma cafeteria no Brasil por 2 anos e depois uma empresa de brindes (marketing promocional) por 9 anos.
Quando vim para a Nova Zelândia a única coisa que sabia fazer aqui era café (risos). O que não foi de todo ruim ser barista aqui por 3 anos e gerenciando eventos, o que me deu oportunidade de melhorar meu inglês e conhecer muita gente. Tive a felicidade de ter um “Boss” sensacional e amigo que me ajudou muito.”

Momentos de tensão, nasceu a artista
“Mas “artista” começou mesmo quando estava esperando meu visto de residência. Foi “aquele nossos meses de tensão” e aí resolvi desenhar e pintar só pra passar o tempo e como terapia até que se tornou um trabalho coisa que eu acredito que tenha uma razão de ser. Porque realmente entendi o significado da frase: “Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida“ e eu devo isso aos amigos daqui que conheci e que me incentivaram, um veio com uma prancha de surf e um monte de canetas e me botou pra “pintar ela” (foi minha primeira prancha) e outro que veio me falar que meu nome ao contrário era “Alion” (risos) eu nunca tinha pensado nisso até um kiwi me falar isso. E mais claro, todas as mensagens que sempre vinham cheio de orgulho, incentivo e carinho do Brasil.”
De onde vem a Inspiração
“Minha inspiração é toda aqui, só olhar em volta de onde eu moro eu sou uma pessoa que ama ver o sol nascer todos os dias, sim todos os dias com meu café na praia de Red Beach onde eu moro (a não ser que esteja chovendo é claro) e mesmo assim nestes dias doidos do nosso clima aqui inspiração não me falta, no jardim de casa quando ouço o canto dos pássaros e todo o colorido que a NZ tem. Sou uma pessoa apaixonada por natureza.
Quero muito aprender mais e mais da cultura local, mas claro que amo o nosso “colorido do Brasil” e esta mistura pra mim acho necessária, a nossa alegria e energia Brasileira de ver a vida e o respeito Maori que vemos aqui.”

Qual a sua opinião a respeito da valorização da arte e do artista aqui na NZ?
“Artista aqui tem muitas oportunidades. Óbvio que acredito que não só aqui mas em qualquer lugar do mundo o artista tem que trabalhar duro pra se destacar, mas acredito que isso acontece em qualquer coisa na vida, pessoal e profissional mas se você sabe o que quer e trabalha pra isso chega lá. Foi assim no Brasil com minhas outras empresas e não será diferente aqui, mas fazendo o que se ama fica mais fácil. Existe muita ajuda e inventivo do governo voltada pra arte e vejo que é bastante valorizado a cultura local, mas pessoalmente por ser brasileira não vejo isso como uma dificuldade porque New Zealand sempre foi minha inspiração.”
Encontre Alion Draws
Facebook A_lion_draws
Instagram @a_lion_draws
Site aliondraws.co.nz
Show. Excelente história e lindos desenhos.
Muito obrigado Fred.